4 de março de 2012

Ecologicamente correto: Análise foliar

Análise foliar

A nutrição do cafeeiro com os principais macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio) ocorre após uma programação criteriosa embasada em resultados apurados pela análise química do solo, estimativa da safra pendente e futura, sempre realizada após a visita do técnico aos talhões. A adição desses nutrientes ocorre de novembro a março, geralmente em três parcelamentos espaçados em aproximadamente 60 dias um do outro. 
Para uma melhor avaliação e correção das doses estimadas, recomenda-se o uso de análises foliares periódica, sendo o período de janeiro a fevereiro após 30 dias do segundo parcelamento um bom período para ajustar os níveis nutricionais da última adubação que ocorre de 15 de fevereiro a 15 de março.
No mês de janeiro é chegada hora de realização de uma amostragem de folhas para verificação da nutrição da lavoura. O mais importante a ficar atento é a época e a forma de retirar essa amostra. 
A época mais indicada para a retirada de uma amostra de folha é após o segundo parcelamento das adubações para que se possa fazer ajustes na terceira e última adubação de solo e nas adubações foliares seguintes. No entanto, essa amostragem pode ser feita em qualquer época do ano e quantas vezes forem necessário, basta que seja respeitado o prazo de trinta dias em relação a uma adubação de solo ou folia. No caso do uso de adubações foliares, alguns nutrientes pouco móveis ainda podem estar aderidos à sub superfície da folha por até 60 dias o que sugere uma interpretação mais criteriosa para o ajuste dos micronutrientes nas adubações foliares futuras. 

Cercosporiose




A cercosporiose é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola(Berk e Cooke) que ataca folhas e frutos, causando prejuízos em mudas e em plantações no campo, principalmente em cafezais jovens (até terceiro ano) e em regiões com falta de água. A doença se apresenta nas folhas, iniciando-se com pequenas manchas circulares de coloração marrom-escura, que crescem rapidamente, ficando o centro das lesões cinza-claro, com um anel arroxeado ou amarelado em volta da lesão, o que lhe confere a aparência de um olho. Algumas lesões são bem escuras e não formam o centro claro, dando origem ao que se chama cercospora negra, o que deve estar relacionado com outra raça de fungo. As lesões variam muito de tamanho, desde poucos milímetros, no início, até 1 cm no final, podendo-se observar, nessa fase, no centro das lesões, pequenos pontos pretos, que são as frutificações do fungo. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolhas e secas de ramos (Die Back). A desfolha é causada pela grande produção de etileno no processo de necrose, sendo que basta uma lesão por folha para causar sua queda.

Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estão ainda pequenos, aumentando o ataque no início de sua granação, sendo que as lesões permanecem até o amadurecimento do fruto. As lesões são a principio pequenas, de cor marrom-claro ou arroxeadas, deprimidas, e crescem no sentido polar do fruto, com maior incidência nos ramos expostos ao sol. As manchas velhas são deprimidas, escuras e de aspecto ressecado, fazendo com que a casca, nessa parte, fique aderente à semente, o que em ataques mais severos, causa o seu chochamento.




QUANDO CONTROLAR - O período de maior incidência da cercosporiose no campo vai de janeiro a abril. O controle, portanto, deve ter início em dezembro-janeiro, normalmente entre 80 a100 dias pós-florada. É quando os frutos começam a sua granação. Devem ocorrer duas aplicações até março.
Os produtos a base de estrubirulinas têm se mostrado bastante eficientes. O mesmo ocorre com os fungicidas cúpricos (oxicloreto de cobre - 3 a 4 quilos /hectare; hidróxido de cobre - 1,7 a 2,2 kg/ha ; óxido cuproso - 2 a 3 kg/ha).