9 de dezembro de 2011

Registro de cadastro rural

Exigida de todos os proprietários de cerca de 5 milhões de imóveis rurais do País pelo novo Código Florestal, aprovado na terça-feira, 6, no Senado, a inscrição no Cadastro Ambiental Rural poderá ser feita a partir de sexta, dia 9, pela internet.

A inscrição, com dados das áreas de proteção na propriedade - ou a falta delas -, será obrigatória não apenas para aqueles que pleitearão anistia das multas de cerca de R$ 10 bilhões como para os que desmataram ilegalmente depois de 2008 e não contarão com o benefício.

A anistia a desmatadores foi um dos pontos mais criticados por ambientalistas na reforma do Código, mas já estava autorizada por decreto presidencial desde 2008. A grande maioria dos produtores não aderiu ao programa porque esperava que o novo Código não exigisse a recuperação da área desmatada até essa data, o que não ocorreu.

Embora não haja um prazo definido para a inscrição dos proprietários no cadastro, o texto aprovado na noite de terça, dia 6, pelo Senado prevê a suspensão do crédito aos proprietários rurais que não tiverem o imóvel rural regularizado. O corte de crédito está previsto para ocorrer cinco anos depois da sanção da lei.

O governo testou o novo sistema do Cadastro Ambiental Rural, que vai integrar as inscrições já feitas, sobretudo nos Estados do Pará e Mato Grosso, e receber os novos registros. O secretário de extrativismo e desenvolvimento rural sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, calcula que menos de 200 mil proprietários de terras já tenham feito o cadastro, que representa a base de operação do futuro Código.

A partir das informações fornecidas pelos donos de imóveis rurais e de imagens de satélites que o Ministério do Meio Ambiente comprará, o Cadastro Ambiental Rural permitirá confirmar a situação de desmatamento das propriedades e acompanhar a recuperação da vegetação nativa. A licitação para a compra de imagens, com valor estimado em R$ 30 milhões, será lançada ainda em dezembro.

Mudanças

Pelo texto aprovado na terça, dos cerca de 900 mil km2 de vegetação nativa desmatada em APPs e reservas legais, uma terça parte poderá ser recuperada ou compensada.

Foi aprovado ainda que pequenos produtores, com imóveis até 4 módulos fiscais (de 20 a 400 hectares, dependendo do município) terão condições especiais de recuperação da área desmatada, a começar pela dispensa de recomposição da reserva legal. Nas APPs, os pequenos terão de recompor de 15 a 100 metros às margens de rios. 

Imóveis desmatados até 2008 poderão regularizar a ocupação mediante regras que serão definidas pela União e detalhadas pelos Estados a partir de um ano após a aprovação da reforma.

Novos desmatamentos ficam autorizados pelo texto aprovado, mediante licença e somente no limite da reserva legal das propriedades e em Áreas de Preservação Permanentes, desde que por utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental.

7 de dezembro de 2011

Emendas no texto do novo Código Florestal


Entre elas, 20 são de mérito e seis de redação, que mudam pouco os contornos gerais do texto defendido pelo senador
Com 26 emendas acatadas pelo relator e 60 rejeitadas, a votação do novo Código Florestal foi concluída no fim da noite dessa terça, dia 6, pelo Plenário do Senado. O relator, senador Jorge Viana (PT-AC), acolheu 20 emendas de mérito e seis de redação que mudam pouco os contornos gerais do texto que ele defendeu.
Entre as emendas acolhidas por Viana, apenas três trazem acréscimos relevantes ao texto. A primeira delas trata de bacias hidrográficas e determina que quando elas estiverem em situação crítica de desmatamento, o governo poderá aumentar o percentual de recuperação das áreas de preservação permanente.
A segunda emenda, considerada relevante pelo relator e pelo governo, trata de critérios para produção em apicuns – que são vegetações que convivem com os mangues. As atividades produtivas que até então estavam proibidas no texto, passarão a ser permitidas em até 10% da área do apicum na Amazônia e em até 35% em outros biomas.
A terceira emenda permite aos Estados que tiverem mais de 65% de suas áreas em unidades de conservação, como terras indígenas ou florestas, reduzir de 80% para 50% a reserva legal que precisa ser mantida pelas propriedades rurais. A necessidade dessa redução, no entanto, precisa ser apontada pelo Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e aprovada pelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente.
>> Veja o que mudou no Código Florestal da Câmara para o Senado
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o novo Código aprovado pelo Senado representa um avanço. Ela compareceu ao Senado no fim da votação e admitiu que o governo precisará encontrar uma nova forma de trabalhar para coibir o desmatamento e promover o reflorestamento.
– Mais do que fiscalização, ele (o Código) promove um maior controle social. Ele prevê, por exemplo, a suspensão do crédito para os produtores que estiverem irregulares com as questões ambientais – explicou.
O texto segue agora para a Câmara, onde os deputados irão votar se acatam integral ou parcialmente o substitutivo do relator Jorge Viana. Eles podem ainda rejeitar completamente o texto do Senado e retomar o projeto original aprovado na Casa.

Código Florestal passa pelo Senado


O texto-base do novo Código Florestal foi aprovado ontem no Senado. O relator, o senador Jorge Viana (PT-AC), conseguiu costurar um acordo com lideranças para aprovar o texto e rejeitar em bloco a maioria dos destaques. Apenas quatro, dos cerca de 50, foram votados separadamente e rejeitados.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, acompanhou a votação do cafezinho do Senado. Ao Correio, ela disse que há avanços expressivos no texto aprovado, principalmente com relação ao reflorestamento e à justiça social para o pequeno produtor. “Tem que ter bom senso. Regularizar o passado e olhar para a frente. Pela primeira vez, vão ser plantadas árvores nativas no Brasil.” A ministra, no entanto, negou que houve anistia aos desmatadores. Segundo ela, “foi feito um corte temporal por decisão da Casa”. Das emendas do texto-base, 56 foram rejeitadas e 26 aprovadas.
Jorge Viana (PT-AC) conseguiu costurar um acordo pela rejeição da maior parte das emendas apresentadas ao texto. “Muitas estão prejudicadas por serem emendas relacionadas ao texto que saiu da Câmara, não ao do Senado, que passou por várias mudanças”, explicou o senador. Cerca de 20 emendas, contudo, foram acolhidas, “mas nada que represente grandes mudanças em relação ao relatório, apenas pequenos aperfeiçoamentos”, disse Viana.
O texto permite que agricultores multados por praticar desmatamento irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs) até julho de 2008 possam converter as multas em ações de preservação ambiental, como recomposição da mata nativa. A medida é uma das mais polêmicas. Para produtores, é um incentivo ao reflorestamento. No entendimento de ambientalistas, trata-se de uma anistia a crimes contra a natureza.
O integrante da coordenação nacional do SOS Clima Terra, Roberto Lenox, é um dos críticos das mudanças propostas na legislação: “Há uma incoerência na política brasileira. Em Copenhague, o Brasil prometeu reduzir as emissões de gases de 36,1% a 38,9% até 2020. Uma das formas para se conquistar essa meta seria a redução do desmatamento. Agora, o país quer aprovar um código que vai aumentar em 7 bilhões de toneladas a emissão de carbono”, avalia Lenox. A partir da publicação do novo Código como lei, o governo federal terá prazo de seis meses para definir as regras de conversão das multas.
 

16 de novembro de 2011

Mudanças climáticas e a crise alimentar

A expansão do crescimento populacional e as mudanças climáticas estão empurrando o planeta rumo a episódios de fome, que só uma revisão do sistema alimentar pode reverter, alertou nesta quarta-feira um painel de especialistas. "No ponto em que estamos no século XXI, temos um conjunto maior de ameaças convergentes", afirmou John Beddington, professor britânico que chefiou uma pesquisa de 9 meses, realizada pela entidade, composta por 13 membros.
"Há o crescimento populacional, o uso insustentável de recursos e grandes pressões sobre a humanidade para transformar a forma como usamos a comida", explicou Beddington por teleconferência. "Mas isto se vincula intimamente a questões de água e energia, e certamente com as mudanças climáticas", acrescentou.
Beddington disse que em 2007-2008, uma elevação nos preços dos alimentos empurrou 100 milhões de pessoas para a pobreza, e outros 40 milhões os seguiram na alta de 2010-2011. "Há uma preocupação real a respeito da fome e há consequências no nível em que o aumento nos preços dos alimentos causa instabilidade", afirmou.
A Comissão sobre Agricultura Sustentável e Mudanças Climáticas foi criada em fevereiro pelo Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR, na sigla em inglês), uma organização guarda-chuva, financiada por governos nacionais, organizações regionais e institutos de pesquisa. Com base em estudos publicados, o painel oferece orientação sobre como produzir alimentos em um mundo cuja população deve saltar de 7 bilhões para mais de 9 bilhões em meados do século, com uma dieta que muda para um maior consumo de calorias, gordura e carne.
Durante este período, os gases estufa emitidos nas últimas décadas terão um efeito inevitável no sistema climático, aumentando o risco de secas e inundações. "O desafio que temos à frente globalmente é realmente bem difícil até mesmo de compreender", reconheceu Megan Clark, chefe-executiva da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), da Austrália. "Precisamos aumentar a produção mundial de alimentos até 2050 entre 30% e 80% e reduzir nossas emissões de carbono pela metade."
"Dito de outra forma, à medida que meus filhos forem envelhecendo nos próximos 60 anos, teremos que produzir tanta comida quanto foi produzida na história humana e, ao mesmo tempo durante este período teremos que aprender a cortar pela metade nossa taxa de emissões da agricultura", continuou.
O painel divulgou um resumo com sete recomendações e o relatório final será publicado no começo do ano que vem. As propostas incluem um grande foco no controle dos resíduos, através da implantação de cadeias de abastecimento mais inteligentes, já que cerca de um terço da comida produzida para consumo humano se perde ou é desperdiçada ao longo do sistema alimentar global.
Métodos sustentáveis e apoio aos agricultores pobres e pequenos também foram promovidos. O uso excessivo de fertilizantes foi citado como um problema, bem como métodos que destroem as terras produtivas. "Estima-se que 12 milhões de hectares de terras agricultáveis e seu potencial de produzir 20 milhões de toneladas de grãos se percam anualmente devido à degradação do solo", disse Lin Erda, diretora do Centro de Pesquisas de Agricultura e Mudanças Climáticas da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas.
Perguntado qual deveria ser o papel de cultivos geneticamente modificados, Clark afirmou que "a comissão não escolhe vencedores com relação à agricultura". "Olhamos para os principais fatores que aumentarão a resiliência, a produtividade e o uso sustentável", disse Clark. "Realmente, chegamos à conclusão de que é preciso diversificar as respostas, da orgânica à genética", concluiu.

1 de novembro de 2011

ONU alerta que desastres climáticos vão se agravar



Relatório do IPCC afirma que eventos climáticos extremos serão, no geral, mais intensos e mais frequentes nas próximas décadas.

Seca, inundações, ciclones e incêndios: os desastres climáticos estão mais frequentes e intensos com o aquecimento global provocado por atividades humanas. A tendência é que esta situação se agrave, alerta um relatório da ONU sobre o clima.
O impacto do aquecimento climático sobre os eventos depende de sua natureza e de sua distribuição, muito desigual, entre as diferentes regiões do mundo. Além disso, o nível de certeza das previsões formuladas por especialistas varia com a quantidade e a qualidade dos dados disponíveis.
Mas centenas de cientistas redigiram este relatório para o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e são contundentes: os eventos climáticos extremos serão, no geral, mais graves e mais frequentes nas próximas décadas, um risco a mais para a maior parte dos habitantes de nosso planeta.
"Este é o maior esforço já realizado para avaliar o modo como as catástrofes estão mudando", afirmou Neville Nicholls, professor da Universidade Monash de Melbourne e coordenador de um dos capítulos deste relatório, que deve ser revisado pela ONU durante a reunião em Kampala, antes da publicação, programada para o dia 18 de novembro.
Esta publicação coincide com uma série de catástrofes naturais devastadoras que suscitaram muitas interrogações e inquietações.
Em 2010, temperaturas recordes favoreceram incêndios que destruíram florestas da Sibéria, enquanto o Paquistão e a Índia sofreram com inundações sem precedentes.
Neste ano, os Estados Unidos registraram um número recorde de desastres, desde otransbordamento do Mississippi e do Missouri até o furacão Irene, passando pela seca terrível que afeta atualmente o Texas.
Na China, regiões inteiras sofrem com secas intensas, enquanto chuvas devastam a América Central e a Tailândia.
Anormalidade ou aquecimento globalA maior parte destes eventos são consequência do aquecimento do clima produzido por ação humana: aumento das temperaturas, do teor de água na atmosfera e da temperatura dos oceanos. Todos eles, fatores propícios para agravar e provocar eventos climáticos extremos.
De acordo com o relatório, apoiado em centenas de estudos publicados nos últimos anos, é quase certo, de 99% a 100%, que a frequência e a magnitude dos recordes de calor diários vai aumentar em escala planetária neste século 21.
E é também muito provável (90% a 100%) que a duração, a frequência e a intensidade das ondas de calor continuarão a aumentar em quase todas as regiões.
Os picos de temperatura vão provavelmente (66% a 100% de certeza) aumentar em relação ao fim do século 20, até 3°C em 2050 e 5°C até 2100.
Previsões
Muitas áreas, particularmente os trópicos e as latitudes elevadas, vão enfrentar chuvas e neves mais intensas. Paralelamente as secas vão se agravar em outros pontos do globo, em especial no Mediterrâneo, na Europa Central, na América do Norte, no nordeste do Brasil e na África austral.
O aumento do nível dos mares e da temperatura das águas vai provocar ciclones mais destrutivos, enquanto o derretimento das geleiras e do permafrost, combinada com mais precipitações, poderá provocar mais deslizamentos, diz o IPCC.


17 de setembro de 2011

No Ártico, camada de gelo baixa ao menor nível





Com base em imagens de satélites, três institutos diferentes confirmaram uma tendência que vem sendo mantida há 5 anos. Os estudos mostram que se a redução do gelo no Ártico continuar neste ritmo é possível que na próxima década o gelo não seja mais observado naquela região.


Recorde de derretimento do gelo polar
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De acordo com cientistas da Universidade de Bremen, na Alemanha, medições feitas em setembro mostraram que a diminuição do gelo boreal deste ano (2011) bateu o recorde histórico medido em 2007. A afirmação é corroborada pela Agência Espacial Europeia, ESA, que informou que desde que começaram as medições por satélite na década de 1970, esta é a menor extensão de gelo observada nos últimos cinco anos.
Segundo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA, NSIDC, este ano não deve bater o recorde, mas deve permanecer em segundo lugar, em uma espécie de empate técnico com o ano de 2007.
No entender dos climatologistas, a ausência de gelo no verão no Ártico pode afetar todo o clima do planeta. Segundo os meteorologistas, os recentes invernos rigorosos observados na Europa e na América do Norte já são um sinal dessas mudanças, pois o oceano mais quente e aberto no Ártico desvia os ventos polares para o sul.

Para o pesquisador Georg Heygsterall, da Universidade de Bremen, mais preocupante que o recorde de degelo é a tendência observada, já que todos os verões boreais desde 2007 tiveram degelos maiores do que antes daquele ano.
Os dados utilizados pela Universidade de Bremen e pela ESA diferem daqueles usados pelo NSIDC, dos EUA. Apesar de ambos usarem imagens de satélites para quantificar a perda do gelo, as observações europeias permitem maior resolução da região, de 6 km por pixel contra 25 km por pixel.
Maior que o previsto
Baseados nos dados coletados nos últimos anos, os cientistas envolvidos no trabalho de mensurar a perda de gelo do ártico são unânimes e afirmam que o gelo marinho no verão está desaparecendo em um ritmo maior do que se previa.
"Um verão sem gelo no Ártico está rapidamente a caminho. A maioria dos dados mostra que os modelos estão subestimando o ritmo da perda de gelo", disse Kim Holmen, diretor-chefe do Instituto Polar da Noruega. "Estamos testemunhando uma mudança mais rápida do que os modelos sugeriram, o que pode significar que existem outros processos que ainda estamos por compreender".

A afirmação de Holmen é uma alusão aos relatórios divulgados há 4 anos pelo IPCC, Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, que previam que os níveis de degelo agora observados só deveriam ocorrer daqui a três décadas. No relatório, o IPCC previu que o Ártico ficaria sem o gelo no verão somente no final deste século, mas isso pode acontecer já em 2013. Outros pesquisadores são mais conservadores e acreditam que isso deverá ocorrer entre 2020 e 2050.
No início do ano, a Organização Meteorológica Mundial declarou que o ano de 2010 empatou com 1998 e 2005 como os mais quentes desde que se iniciaram o início dos registros, há quase 150 anos.


12 de agosto de 2011

Uso racional de adubos



A qualidade do produto colhido depende do propósito a que se destina: se é para alimentação animal ou humana; uso industrial, como é o caso da mandioca para produção de amido; e diversos outros fatores, tais como teores de proteína, minerais, óleo etc. A maior parte das substâncias ligadas à qualidade nutricional dos alimentos é fixada geneticamente, mas fatores externos podem influenciar a sua presença nos vegetais, como, por exemplo, o manejo do solo, incluindo a adubação.

A fertilização dos solos, quando realizada dentro dos critérios estabelecidos pela pesquisa, influencia de modo positivo a qualidade nutricional dos alimentos, além de aumentar a produtividade e a resistência das culturas a estresses de origem climática, biológica, do solo etc. A concentração de açúcares ou carboidratos, por exemplo, tem uma relação direta com o suprimento de potássio ou nitrogênio, sendo importante para culturas que produzem tubérculos e para a cana-de-açúcar. Em cereais utilizados na panificação, a aplicação de nitrogênio no solo durante o florescimento das plantas aumenta o teor de proteínas dos grãos, especialmente gliadina e glutenina, melhorando a qualidade para a fabricação do pão. A adubação nitrogenada também aumenta a concentração de vitamina B. Os cereais, porém, são pobres em aminoácidos essenciais para os animais e seres humanos, principalmente lisina. Para os melhoristas, aumentar o teor de lisina é um problema, já que quando se consegue aumentar esse aminoácido no grão, a produtividade normalmente cai.

Em grãos de cevada usados para a produção de cerveja, é necessário que se tenham concentrações mais baixas de proteína e altas em amido. Assim, a cultura da cevada deve ser adubada adequadamente com fósforo e potássio, para que tenha grãos com melhor qualidade. Por outro lado, altas aplicações de nitrogênio prejudicam a fermentação do malte, pois aumenta-se o teor de proteína nos grãos.

Em plantas oleaginosas, pode haver competição entre as diversas vias metabólicas para a produção de proteínas e lipídios. Ao aumentar a adubação nitrogenada, incrementa-se também a concentração de proteína bruta, mas diminui o teor de lipídios. A nutrição potássica é muito importante na concentração de óleo nas sementes, pois fornecendo-se menos potássio do que o necessário para a planta, o teor de óleo pode cair.

A concentração de vitaminas também é um fator de qualidade alimentar. Quando aumenta-se o suprimento de nitrogênio no tomate e cenoura, por exemplo, o teor de caroteno tende a crescer, mas o de vitamina C diminui. Por outro lado, a adubação com potássio aumenta o teor dessa vitamina.

As pastagens também se beneficiam de uma adubação equilibrada, já que o pasto também é uma cultura. As forrageiras fornecem proteínas, carboidratos e gorduras, necessários para o crescimento animal e, logicamente, para a produção de carne, leite, ovos, lã etc. Os minerais essenciais, como fósforo, enxofre, magnésio, cálcio, potássio, sódio e outros nutrientes, também são fornecidos aos animais pelas plantas. Alguns minerais, como o sódio, são fornecidos como aditivos, mas a suplementação de minerais na adubação permite que a forragem forneça a maior parte dos elementos necessários para a produção animal, não apenas para o crescimento vegetal.

Os poucos exemplos citados mostram que a multiplicidade de interações e efeitos entre a adubação e a qualidade nutricional são enormes. Em muitos casos, é importante que as pesquisas nas áreas de melhoramento e nutrição vegetal levem em conta as modificações na qualidade nutricional da planta, além daquelas relacionadas à produtividade e resistência a fatores externos desfavoráveis ao crescimento da cultura, como pragas, doenças, veranicos, geadas etc.

6 de julho de 2011

Café com o governador


Anastasia lança fórum e concurso com objetivo de valorizar café produzido em Minas 
Proposta é criar novas oportunidades de negócio, agregar valor e fortalecer o setor 

O governador Antonio Anastasia participou, nesta terça-feira (5/07), no Palácio Tiradentes, do lançamento do Fórum do Café, iniciativa do Governo de Minas, em parceria com secretarias, órgãos do Estado e entidades representativas, com o objetivo de valorizar e fortalecer a produção e os produtores mineiros de café, criando novas oportunidades de negócio. O governador também assinou o protocolo de intenções para a realização do 8º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, para ano de 2011.
Antonio Anastasia destacou a importância do café na economia mineira, citando o momento positivo da produção cafeeira e agrícola do Estado, e explicou o papel que o Fórum irá desempenhar no fomento de toda cadeia produtiva do café.
“Cabe ao poder público criar os mecanismos de estímulo, fomento, financiamento, certificação e de todos quesitos necessários para que a produção ocorra bem. Por isso mesmo estamos lançando, aqui, a ideia do Fórum do Café. É um produto que tem em Minas Gerais uma posição econômica fundamental. Temos mais da metade da produção brasileira, um terço do valor da produção agrícola mineira é decorrente do café, especialmente a exportação. A agricultura familiar e a agricultura negocial são fundamentais para o desenvolvimento econômico de Minas e o café está em ambas. Por isso a importância do Governo em fazer esse reconhecimento a um produto tão relevante”, ressalta.

O Fórum do Café tem caráter permanente e está sendo instituído sob o comando direto do governador Antonio Anastasia, que também desempenhará o papel de coordenador ao lado do vice-governador Alberto Pinto Coelho. A proposta é que o fórum seja um canal de discussão, avaliação das reivindicações e proposição de ações para desenvolver o setor.



Agronegócio mineiro

O café é o principal produto de exportação do agronegócio mineiro, vendido para mais de 60 países. Minas produz uma safra anual de café de, aproximadamente, R$ 11 bilhões, e possui quase um milhão de hectares plantados.

De acordo com o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Maurílio  Guimarães, nos últimos 19 anos a produção de café em Minas quase dobrou – passou de 13 milhões de saca, em 1993 para 22 milhões este ano. “Além disso, são 150 mil produtores no Estado, que geram 4 milhões de emprego”, explicou Maurílio.
O governador também citou a criação do Fórum do Leite e da Cachaça que, em breve, serão oficializados. “O leite e a cachaça estão também nessa mesma prioridade que demos ao café. Claro que todos os produtos são importantes, mas colocamos como prioridade, neste momento, o café, o leite e a cachaça através da implantação dos fóruns”, mencionou.
Antonio Anastasia também enfatizou a importância da criação do Fundo Permanente do Café, que certificará a qualidade do produto mineiro.

“O fundo do café é um compromisso que fizemos e vamos evidentemente nos desdobrar para criá-lo e encaminhá-lo à Assembleia este ano. O fundo terá como objetivo especialmente as questões de garantia, de qualificação de produtividade porque o Estado não pode fazer a política econômica com os instrumentos que são do governo federal, mas podemos ajudar nessas esferas de complementação”, disse o governador.

Após a solenidade, o governador degustou produtos a base de café oferecidos por produtores e pela Emater de Santa Rita do Sapucaí, além de produtos lácteos da Cooperativa Agropecuária daquele município. Também estavam disponíveis no espaço de degustação os cafés premiados no 7º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais.

Participaram da cerimônia o vice-governador, Alberto Pinto Coelho; o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento; o diretor-presidente do Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas, Tadeu Barreto; o representante da ALMG, deputado Antônio Carlos Arantes; o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes; o reitor em exercício do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, professor Renato Oliveira, além dos representantes das entidades que irão compor o Fórum do Café, produtores rurais e empresários.


Objetivos do Fórum

Além de estreitar o relacionamento entre os vários segmentos da cadeia produtiva do café, o Fórum do Café pretende dar suporte às políticas público-privadas para o setor. Entre os principais objetivos estão o de estimular a implantação de indústrias de café torrado e moído e de café solúvel em Minas Gerais; aumentar a produção de café de qualidade com foco no consumidor interno e externo; caracterizar o “Café de Minas” com especificidade das regiões produtoras e buscar certificação de origem.
Ainda estão previstos a expansão do programa Certifica Minas - Café; atendimento fiscal diferenciado para propriedades produtoras de café que sejam detentoras de certificação de qualidade; formulação de política nacional de formação de estoques reguladores e preço mínimo e a busca pela adequação da legislação trabalhista, levando em conta a mão de obra temporária no período de colheita.

De 680 municípios produtores de café, 450 farão parte do Fórum do Café. Integram o Fórum representantes do Governo de Minas e de seis entidades ligadas à produção e comercialização do café: Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Minas Gerais (Fetaemg), Sindicato da Indústria de Café de Minas Gerais (Sindicafé) e da Organização das Cooperativas de Minas Gerais (Ocemg).


Valorização

O Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais é uma iniciativa do Governo de Minas em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA). O objetivo é contribuir para consolidar a cafeicultura familiar e aumentar a renda dos produtores; aumentar a visibilidade dos cafés de qualidade de Minas Gerais, capacitar provadores de café, integrar as cooperativas e fortalecer a assistência técnica aos produtores. Outro objetivo é acompanhar a evolução da produção sustentável, produtividade e qualidade dos cafés das propriedades certificadas pelo Programa Certifica Minas – Café.

O concurso avalia a qualidade exclusivamente de cafés de Minas, sendo o único do Brasil que aceita apenas inscrições do produto estadual. É o maior concurso de qualidade do café do Estado em número de amostras. Em 2010, foram inscritas 974 amostras. Para este ano está prevista a inscrição de mais de 2 mil amostras, em duas categorias: café natural e café cereja descascados, despolpados ou desmucilados. As inscrições estão abertas até 6 de setembro. O anúncio do resultado do concurso está previsto para o dia 25 de novembro.

Durante solenidade no Palácio Tiradentes, foram homenageados os vencedores do 7º Concurso de Qualidade dos Cafés, realizado em 2010.
 O governador fez a entrega de certificados aos produtores Ralph de Castro Junqueira, de Carmo de Minas e Efain Botrel Alves, de Ilicínea (1º lugar Estadual e do Sul de Minas nas categorias Cereja Descascado e Natural, respectivamente); Acácio José Dianin, de Romaria e Ruvaldo Ferraciole, de Patrocínio (1º lugar da Região Cerrado nas categorias Natural e Cereja Descascado, respectivamente); Geraldo Bruno da Paixão, de São João do Manhuaçu e Marcelo da Silva, de Manhuaçu (1º lugar da Região Matas de Minas nas categorias Cereja Descascado e Natural, respectivamente).

1 de junho de 2011

Conservando alimentos em vasos de barro

Hoje trago uma curiosidade, algo simples e muito eficaz.
São "geladeiras"  feitas de barro. Como???
São utilizados dois vasos de barro, de tamanhos diferentes de tal modo que um fique dentro do outro.
Coloca-se o vaso menor dentro do maior, depois deve-se preencher o espaço entre os dois com areia molhada.
No interior do vaso menor são colocados os alimentos e cobertos com um pano úmido. A água ao evaporar-se expulsa o calor, baixando a temperatura do interior.
Outra variação seria preencher os espaços entre o vaso com água.
Muito interessante este procedimento para se conservar alimentos, e muito útil em áreas rurais que não possuem eletricidade.





27 de abril de 2011

Um solo saudável

Recentemente adquiri um livro para estudos de solo e me chamou a atenção a  explicação  da relação entre o solo e as doenças do ser humano.
É de nosso conhecimento os problemas ecológicos atuais, que a natureza agoniza e que caso o ser humano não reveja como a trata,  ela não mais nos dará os belos alimentos e água, bem como o ar e o clima que possuímos. 
Mas o que não levamos em conta é que se a natureza está doente, conseqüentemente o ser humano também está.
Não falo de doenças respiratórias causadas por poluição, ou das doenças de pele causadas pelo buraco na camada de ozônio, mas daquelas que são causadas pela falta das  vitaminas e minerais necessários para a vida do homem.
A falta de zinco pode causar deficiência mental, ou muito parada.
A falta de manganês poderá gerar pessoas aleijadas,  a de iodo o cretinismo, e a de cobre pessoas paraplégicas.
Um solo empobrecido não possui os minerais necessários para formar um alimento saudável,  produzindo então alimentos carentes de nutrientes, e o homem o estará ingerindo pensando que está recompondo suas necessidades diárias.
Ninguém antes de comer uma fruta leva-a ao laboratório para saber se todos os nutrientes a ela atribuída estão presentes, e nem pedimos a análise do solo onde foi cultivada.
É comum irmos ao médico e se diagnosticado uma anemia, este nos receitar comer feijão, brócolis, e outros alimentos com alto teor de ferro.
Passamos então pela feira e os compramos, iniciando assim a dieta  recomendada.
Mas se os alimentos não foram plantados em um solo rico não obteremos o ferro necessário para a cura da anemia.
Para que o ser humano tenha uma boa saúde, é necessário que o alimento seja saudável e, para que isso ocorra, é necessário que o solo seja também saudável.

23 de fevereiro de 2011

Sustentabilidade, opção para crescimento


As conclusões do relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apresentado esta semana a ministros da área, representantes de 100 países, que o desenvolvimento sustentável poderá levar a economia mundial a um crescimento acima do atual, contribuindo, inclusive, para o combate à pobreza e ao desperdício.
Segundo o estudo, o investimento de apenas 2% da atual riqueza mundial em setores que alavancam o desenvolvimento sustentável poderá promover um crescimento da economia global acima do limite máximo imposto pelo atual modelo econômico. Eis aí uma conclusão que desautoriza os que ainda batem na velha tecla de que investimento ambiental retarda ou impede o crescimento econômico.
O relatório do PNUMA aponta que entre 1% e 2% do PIB global hoje é gasto com atividades que, a médio e longo prazo, vão esgotar os recursos naturais do planeta. Aponta, também, a agricultura, a construção civil, o abastecimento de água e energia, a pesca, a silvicultura, a indústria, o turismo, os transportes e o manejo de resíduos como áreas fundamentais para uma economia mundial mais sustentável.
Diminuição das desigualdades
Uma sustentabilidade que pode contribuir não só para a redução das ameaças ambientais, mas, sobretudo, para diminuir as gigantescas desigualdades sociais em todo o globo. Segundo o órgão da ONU, o redirecionamento de US$ 1,3 trilhão anuais em iniciativas sustentáveis, através de políticas públicas, teriam um impacto imenso não apenas para os países desenvolvidos, mas principalmente para os em desenvolvimento.
Na realidade, os investimentos em energia alternativa são a saída para a atual crise mundial. Eles respondem às necessidades de energia barata e limpa. São fundamentais, inclusive, para superar o estancamento da economia de países como os Estados Unidos e para a questão ambiental, mesmo porque aumentam a produtividade com redução do uso e do custo da água e da energia.
Países como o Brasil estão em posição de vantagem dado a produção de fontes de energia renovável e de novas tecnologias. Não há outro caminho: devemos investir cada vez mais em nova tecnologia e na produção de biomassa, uma nova vantagem comparativa de nossa economia que precisa ser priorizada.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/sustentabilidade-opcao-para-crescimento/214034/

7 de fevereiro de 2011

Manual de Atitude - Gisele Bündchen

Vamos aprender a ter atitudes práticas e de imenso valor para o meio ambiente. 
E o melhor: TODOS PODEM FAZER.





6 de janeiro de 2011

Lixo eletronico - electronic waste

O que é um lixo eletrônico?
Cada vez que trocamos nossas televisões, computadores, celulares, aparelhos de som, notebook, câmeras digitais, MP3 player, dentre outros equipamentos eletrônicos geramos um lixo que chamamos de lixo eletrônico.
Mas também são considerados lixos eletrônicos as geladeiras, microondas, ventiladores, ar-condicionado, batedeiras dentre outros.

Os resíduos eletrônicos representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade, ou seja 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população do mundo.

Os Brasileiros são os que mais abandonam geladeiras e impressoras em lixões, e é o segundo maior gerador de lixo proveniente de celulares.

Este ano de 2010 o natal foi de aparelhos de TV, celulares, notebooks,etc

Em 2010 55% dos brasileiros compraram celulares, 35% adquiriram computadores.

E agora? O que fazemos com o velho computador? Com o velho celular ou com a bateria que já não mais recarrega?

Saiba que se jogados no solo estes produtos contaminam o lençol freático, se forem queimados poluem o ar, e que os catadores de lixo adquirem graves doenças em contato com eles.
Isso se dá por que esses equipamentos possuem elementos altamente tóxicos como o cadmo, chumbo, mercúrio e berílio.

O mercúrio, muito utilizado em computadores, monitores e TVs de tela plana, pode causar danos cerebrais e ao fígado.

O chumbo, componente mais usado em computadores, além de televisores e celulares pode causar náuseas, perda de coordenação e memória, pode também levar ao coma e até a morte.

Precisamos tomar consciência dos problemas que um consumo exagerado e desnecessário pode causar ao meio ambiente e a humanidade.

E quando pensamos no futuro concluímos que a redução da produção através de um consumo consciente é o melhor caminho.

Por isso antes de sair comprando as novidades do mercado faça algumas perguntas:

. Realmente eu preciso deste produto?

. Qual a taxa de utilização?

. Possuo algo parecido?

. Qual o estado atual do produto similar que possuo?

Se realmente for necessário a compra então tome alguns cuidados:

• Não compre produto de origem duvidosa, sem garantia e responsabilidade sócio-ambiental.

• Descarte a idéia de produtos descartável. O produto deve ter garantias para um bom funcionamento durante longo tempo.

• Procure saber se o fabricante do eletrônico possui certificação da série ISO 14.000, ou ainda qual o seu envolvimento com o meio ambiente.

O que fazer então com o antigo aparelho eletroeletronico?

  • É direito do consumidor devolver seu eletronico usado para a empresa que o fabricou, por isso quando não souber para onde o destinar, ligue na assistência técnica autorizada do fabricante e peça para te indicarem um ponto de coleta.

  • Para celulares, procure sempre as revendedoras de sua operadora, para que as baterias possam ser devolvidas às empresas fabricantes

  • Para pilhas, procure os locais de coleta seletiva da sua cidade, e nunca as jogue no lixo comum.

  • Os eletrodomésticos podem ser doados para pessoas carentes, organizações de inclusão digital ou em locais que reutilizem as peças para concertar aparelhos com defeito. O que é lixo para uns é matéria prima para outros.

  • Existem várias empresas que lidam com a reciclagem destes materiais
                              Lembre-se que é necessário pensar no futuro.
         A tecnologia está a serviço do ser humano e não é o fim do ser humano.